Pensando no Vestibular: Expansionismo \ Comparações





Vamos fazer uma comparação colocando a história a serviço da geografia traçando um pequeno paralelo entre Fenícios, Portugueses, Egípcios e Espanhóis no que se refere à ausência ou presença de expansionismo geográfico através do mar. Dois povos da antiguidade e dois povos modernos. Parece algo meio estranho colocar lado a lado povos tão distantes no tempo e no espaço, mas é um exercício didaticamente interessante e que nos ajuda a construir pontes de informação, algo muito importante no processo de aprendizado.

Fenícios e Portugueses

No contexto das grandes viagens e descobertas geográficas, o povo fenício destaca-se com uma trajetória fortemente ligada a conquista marinha. Num primeiro momento, os fenícios dependiam da pesca e da agricultura, mas a produção de alimento em uma terra pouco fértil se tornou escassa em relação ao crescimento populacional constante. Para superar isso, os fenícios passaram a desenvolver outras atividades, como o artesanato e o comércio. Para escoar a produção e obter as matérias-prima que necessitavam, os fenícios impulsionaram o comércio marítimo que passou a ser a sua principal atividade econômica. O comércio marítimo era de tamanha importância para eles ao ponto de as informações sobre rotas de comércio e construção naval serem guardadas como segredos de estado. No intuito de expandir e consolidar suas relações comerciais, o povo fenício estabeleceu inúmeras colônias ao redor do Mediterrâneo. Cartago foi a mais importante destas colônias e chegou a disputar a hegemonia do Mediterrâneo com Roma durante os séculos III e II a.C.

Podemos traçar um paralelo entre o desenvolvimento da história naval fenícia com os elementos que caracterizaram a expansão marítima portuguesa. Sabemos que no contexto da expansão marítima européia no século XV, Portugal pode tomar a dianteira graças a uma série de fatores. Os mais importantes foram a precoce centralização política do reino português, uma posição geográfica favorável a saída pelo mar, a rápida formação de uma burguesia comercial e uma dinastia que apostava na expansão comercial através da navegação. Assim como a antiga Fenícia, o pequeno território português não poderia assentar suas bases econômicas apenas na agricultura, tornando-se vital o comércio marítimo e a formação de colônias ou feitorias na costa africana voltada para o Atlântico. Assim como fizeram os fenícios, as rotas marítimas foram tratadas pelos portugueses como razão de Estado e os mapas foram estrategicamente guardados em segredo. Especula-se que até a viagem de Cabral em direção às Índias, mas que culminou no descobrimento do Brasil, não tenha ocorrido acidentalmente e que os portugueses já tinham conhecimento prévio da existência das terras brasileiras.

Egípcios e Espanhóis

O Egito antigo, ao que parece, não sentiu grande necessidade de se lançar ao mar, já que possuía um extenso território com uma economia auto-suficiente baseada na agricultura em torno do Rio Nilo. As poucas viagens realizadas pelos egípcios e suas rotas, foram documentadas e utilizadas apenas como “propaganda” de Estado, uma vez que o comércio marítimo não era vital para sua economia, apenas fornecendo produtos supérfluos. Além disso, o Egito estava voltado para seus problemas internos, como a questão da unidade territorial que se arrastou durante séculos, marcando a maior parte de sua história. Nesse sentido, essa condição se assemelha bastante aos fatores que levaram os espanhóis a se atrasarem em relação aos portugueses no que se refere à expansão marítima, pois no final do século XV os espanhóis ainda não haviam consolidado sua unidade territorial. Os espanhóis careciam de uma centralização política que só veio a ocorrer em 1469 com o casamento de Fernando e Isabel. Outro problema interno que consumiu a atenção dos espanhóis foi a Guerra de Reconquista contra os mouros que perdurou séculos e só terminou em 1492 com a conquista de Granada.


Fonte: http://www.qieducacao.com/

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